Acidente com Boeing 787 da Air India em Ahmedabad: Pane em switches de combustível é foco da investigação

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Acidente com Boeing 787 da Air India em Ahmedabad: Pane em switches de combustível é foco da investigação

Pista do acidente: switches de combustível desligados em segundos

Um choque de poucos segundos mudou tudo para o voo da Air India, que saiu de Ahmedabad no dia 12 de junho. O acidente avião matou 260 pessoas a bordo e deixou 19 vítimas em solo quando o Boeing 787 Dreamliner, registrado como VT-ANB, caiu pouco depois de decolar. O dado que mais chama a atenção dos investigadores: os switches de combustível, responsáveis por permitir o funcionamento dos motores, passaram de “RUN” para “CUTOFF” em menos de um segundo enquanto a aeronave atingia sua maior velocidade registrada, 180 nós.

As gravações da cabine mostraram um clima tenso e confuso. Um dos pilotos chega a questionar diretamente: "Por que o combustível foi cortado?". O colega negou ter realizado qualquer ação desse tipo. Em menos de um segundo, ambos os motores perderam empuxo, comprometeram qualquer possibilidade de continuar voando, e o MAYDAY foi transmitido.

Investigação esmiúça histórico da aeronave e falhas potenciais

A equipe da Aircraft Accident Investigation Bureau (AAIB) da Índia compartilhou nas suas primeiras descobertas, divulgadas em 12 de julho, que o histórico de manutenção da aeronave estava atualizado. Os registros apontam a troca do módulo de controle do acelerador em duas ocasiões recentes—2019 e 2023—, sem nenhum defeito relatado desde então. Os motores eram praticamente novos: o da esquerda, instalado em março; e o da direita, em maio de 2025. Até agora, nenhuma evidência de defeitos anteriores foi encontrada.

O relatório também menciona um alerta da FAA sobre o sistema de switches de combustível, divulgado em 2018. Só que, diferente de uma diretriz obrigatória, esse aviso era apenas uma recomendação — ou seja, cabia às companhias aéreas decidirem se iriam segui-lo. No caso da Air India, todos os protocolos obrigatórios de segurança e manutenção estavam em dia.

Boeing, fabricante do 787, e a GE, responsável pelos motores GEnx-1B, já procuraram colaborar com as autoridades, fornecendo dados técnicos e suporte para entender o que teria acionado os switches. Até o momento, não há qualquer recomendação para que outras empresas suspendam voos desse modelo ou realizem inspeções urgentes, o que sugere que, até agora, não foi identificada nenhuma falha sistêmica ou risco generalizado.

A AAIB ainda não apontou culpados nem conclusões definitivas. O trabalho foca agora em esclarecer se a causa foi falha mecânica, erro humano ou algum outro fator externo, usando análises de voz, dados técnicos e histórico de manutenção. Para familiares e especialistas em aviação, resta aguardar respostas para um desastre que coloca mais um ponto de interrogação na segurança dos voos comerciais modernos.

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