Com 76,8% de probabilidade de acesso à Série B do Campeonato Brasileiro de 2026, a Sociedade Esportiva do Caxias vive seu momento mais crítico desde o rebaixamento em 2021. A equipe grená, fundada em 4 de abril de 1935 e sediada em Caxias do Sul, precisa de apenas um empate contra o Esporte Clube São Bernardo na rodada final da Série C de 2025São Bernardo do Campo para garantir uma das quatro vagas de promoção. O cenário, detalhado pelo GE Globo em 5 de outubro, não é só matemático — é emocional. A torcida, que lotou o Estádio Passo das Pedras no confronto contra o Londrina, não esconde o medo de que, mais uma vez, o sonho se evapore nos últimos metros.
Os números que decidem o futuro
A Sociedade Esportiva do Caxias está com 54 pontos, em terceiro lugar no grupo da Série C. A quarta colocação, que garante acesso, é ocupada pelo São Bernardo com 52 pontos — mas o time paulista tem jogo em mãos. Se empatar ou vencer, o Caxias cai para quinto e perde a vaga por critério de desempate: vitórias. O Caxias tem 15 vitórias; o São Bernardo, 14. Ou seja: um empate no jogo de sábado, 23 de novembro, basta para o Caxias subir. Mas se perder, o São Bernardo sobe com 55 pontos, e o Caxias fica com 54 — e, por ter menos vitórias que o quarto colocado, cai fora. É uma equação simples, mas cruel.
Outros dois times ainda brigam: o Brusque Futebol Clube (53 pontos, 16 vitórias) e o Sampaio Corrêa Futebol Clube (51 pontos, 15 vitórias). Ambos jogam entre si na última rodada, e o vencedor garante vaga. O perdedor, se terminar com 54 pontos, ainda pode se salvar — mas só se o Caxias perder e o São Bernardo vencer. Nesse cenário, o empate entre Brusque e Sampaio Corrêa deixa o quarto colocado com 54 pontos e 15 vitórias — e o Caxias, com 15 vitórias também, cai por saldo de gols. O Caxias tem +18; o Sampaio Corrêa, +15. A diferença é sutil, mas decisiva.
O fantasma do Volta Redonda
Enquanto o Caxias sonha com a volta à elite, o Volta Redonda Futebol Clube vive o contrário. Confirmado rebaixado em 11 de novembro de 2025, o time do Rio de Janeiro terminou a Série B de 2025Volta Redonda com 34 pontos — oito vitórias, dez empates, 18 derrotas, 23 gols marcados e saldo de -17. O pior ataque da competição. Foi a sétima temporada consecutiva na Série C antes da subida em 2024. Agora, volta ao lugar de onde saiu. O clube, que não disputava a Segundona desde 1998, virou símbolo da instabilidade financeira do futebol brasileiro. E o Caxias sabe: o que subiu pode cair. E o que caiu pode não voltar.
A pressão da torcida e a realidade do clube
Em Caxias do Sul, o clube não tem o orçamento de times como o Brusque ou o Sampaio Corrêa. A estrutura é modesta, mas a paixão é imensa. A fotografia de Luiz Erbes, divulgada em 5 de outubro, mostra uma arquibancada inteira de camisas grenás, gritando mesmo quando o time estava perdendo por 1 a 0 contra o Londrina. É um apoio que não se compra. Mas a diretoria, sob o comando do presidente Marcelo Pinto, já admitiu que, se o acesso for confirmado, será preciso investir em contratações e infraestrutura — algo que o clube não faz desde 2018. "Se subirmos, não podemos voltar à Série C como um time de emergência", disse Pinto em entrevista à Rádio Gaúcha. "Precisamos ser competitivos. Não podemos ser o Volta Redonda da próxima década."
Quem está no topo e quem caiu
A Série C de 2025 teve surpresas. O Paysandu Sport Club, centenário de Belém, foi o primeiro rebaixado da Série B em 2025, com 37 pontos — um número que, em outras temporadas, bastaria para se manter. O Athletic Club, de São João del-Rei, foi o último da zona de rebaixamento da Série B com 40 pontos — a linha vermelha. Enquanto isso, o Santos Futebol Clube, na Série A de 2025Santos, teve 76,8% de chance de permanecer na elite — a mesma porcentagem que o Caxias tem de subir. Coincidência? Talvez. Mas mostra como o futebol brasileiro é um jogo de números, onde a emoção e a lógica andam lado a lado.
O que acontece se o Caxias não subir?
Se o acesso não acontecer, o clube entra em um ciclo de estagnação. A última vez que esteve na Série B foi em 2021. Desde então, perdeu patrocínios, jogadores-chave e até a credibilidade de alguns torcedores. A diretoria já sinalizou que, em caso de não promoção, haverá uma reestruturação completa — e possivelmente a saída de treinadores e jogadores contratados apenas para a temporada. O presidente Marcelo Pinto já disse que "o projeto de 2025 foi o último grande esforço com os recursos atuais". Ou seja: ou sobe, ou recomeça do zero — e talvez com menos dinheiro ainda.
Os próximos passos
Na próxima semana, o Caxias joga em casa contra o Botafogo Futebol Clube (Ribeirão Preto), em jogo de despedida da Série C. A vitória é simbólica, mas o foco está todo no dia 23 de novembro, em São Bernardo. A partida será transmitida ao vivo pela TV Globo e pela Premiere, e o clube já prepara uma ação de torcida com a entrega de 10 mil bandeiras grenás. "Se o Caxias subir, o Rio Grande do Sul terá dois clubes na Série B pela primeira vez em 12 anos", lembra o jornalista Rodrigo Siqueira, da Rádio Guaíba. "E isso muda tudo. O futebol gaúcho precisa disso."
Frequently Asked Questions
Como funciona o acesso da Série C para a Série B?
Os quatro primeiros colocados da Série C ao final da temporada são promovidos automaticamente à Série B. O critério de desempate é, por ordem: número de vitórias, saldo de gols e gols marcados. O Caxias está em terceiro com 54 pontos e 15 vitórias — e precisa apenas de um empate contra o São Bernardo para garantir a vaga, desde que não haja empate entre os rivais diretos com mais vitórias.
Por que o Volta Redonda foi rebaixado mesmo com 34 pontos?
Na Série B de 2025, o 17º colocado ficou com 36 pontos. O Volta Redonda terminou em 18º, com 34 — e foi o único time abaixo da linha de rebaixamento com menos de 35 pontos. A diferença de 2 pontos foi decisiva. O clube também teve o pior ataque da competição (23 gols) e o maior saldo negativo (-17), o que tornou sua permanência insustentável mesmo com 10 empates.
Qual é a importância do jogo contra o São Bernardo?
O São Bernardo está com 52 pontos e 14 vitórias. Se vencer, sobe com 55 pontos e 15 vitórias — e o Caxias, mesmo com 54 pontos, cai por ter menos vitórias (15 contra 15? Não: o São Bernardo teria 15 após a vitória, e o Caxias teria 15, mas o empate entre eles faria o São Bernardo se manter em cima por critério de desempate). Se o Caxias empatar, ele sobe com 55 pontos e 15 vitórias, superando o São Bernardo por saldo de gols. É a única forma de garantir a vaga sem depender de outros resultados.
O Caxias já esteve na Série B recentemente?
Sim. O último acesso foi em 2021, quando o clube terminou em terceiro na Série C. Na Série B de 2022, ficou em 18º e foi rebaixado. Desde então, passou por três temporadas na terceira divisão, com duas mudanças de técnico e perda de patrocínios. O retorno à Série B seria a primeira grande conquista desde 2018, quando o clube venceu a Copa FGF.
Quem são os principais rivais do Caxias na disputa por acesso?
Além do São Bernardo, o Brusque (53 pontos, 16 vitórias) e o Sampaio Corrêa (51 pontos, 15 vitórias) são os principais concorrentes. O Brusque joga contra o Sampaio Corrêa na última rodada — o vencedor garante vaga. O perdedor só se salva se o Caxias perder e o São Bernardo vencer. É um cenário complexo, mas o Caxias ainda controla seu destino: basta empatar.
O que muda se o Caxias subir para a Série B?
A entrada na Série B traz mais visibilidade, mais receita com TV e patrocínios, e a possibilidade de contratar jogadores com experiência nacional. Mas também exige investimento: o clube terá que aumentar o salário da base, melhorar o estádio e contratar mais profissionais. Sem isso, corre o risco de repetir o ciclo do Volta Redonda: subir, sofrer, e cair de novo. A diretoria já sabe: acesso é só o começo.
16 Comentários
Se o Caxias empatar, sobe. Ponto final. Não precisa de milhares de análises, nem de comparações com o Volta Redonda. É só um empate. Um único empate. E se perder? Tudo desaba. Mas aí, não é futebol, é vida mesmo. A gente vive isso todo fim de semana.
Se o São Bernardo vencer, a gente se levanta, olha pro futuro, e volta a torcer. Mas hoje? Hoje é só isso: empate = Série B.
Por favor, só não me falem de critérios de desempate. Eu já perdi a conta.
É só um empate.
Quem nunca sonhou com um acesso assim? Caxias do Sul, uma cidade que vive futebol no sangue, com uma torcida que não precisa de milhões pra gritar. A gente não torce por patrocínio, torce por identidade.
Se subir, não pode ser só um pulo de uma temporada. Tem que vir com estrutura, com planejamento, com respeito à história. Não podemos repetir o Volta Redonda. Não podemos.
Se não subir, a gente recomeça. Mas não desiste. Porque Caxias é mais que um clube. É um povo.
MEU DEUS, É HOJE QUE A GENTE VAI SUBIR OU CAIR? NÃO AGUENTO MAIS ESSA TENSÃO!
Se o Caxias empatar, eu vou pintar o rosto de grená e dançar na rua. Se perder, eu vou beber cerveja e chorar no sofá. Mas vou torcer até o último minuto. Porque isso aqui é vida, não é jogo.
Quem tá com o Caxias, levanta a bandeira! Vamos lá, grená!
É imperativo ressaltar que a matemática do futebol brasileiro, embora aparentemente linear, revela uma estrutura de desigualdade sistêmica, onde o critério de vitórias - e não o saldo de gols - torna-se uma metáfora da hierarquia social. O Caxias, com 15 vitórias, representa a classe média que trabalha duro, mas é penalizada por não ter a mesma estrutura dos clubes capitalizados. O São Bernardo, por sua vez, é a elite que, mesmo com menos vitórias, possui o poder de redefinir o jogo. A ascensão não é mérito, é acaso estrutural.
o caxias ta na serie c por que nunca teve dinheiro
volta redonda foi rebaixado por que nunca teve planejamento
se o caxias subir vai ter que gastar
se gastar vai cair de novo
o sistema é esse
torcer é loucura
mas é a unica coisa que da pra fazer
sempre foi
sempre será
Essa história do Caxias é um retrato fiel do Brasil. Um povo que se levanta mesmo quando tudo parece perdido. A torcida no Passo das Pedras, com as camisas grenás, é mais que um espetáculo - é uma resistência cultural. Cada grito, cada bandeira, cada lágrima no final do jogo é uma forma de dizer: nós existimos. E se o clube subir, não será só uma promoção esportiva. Será a consagração de uma identidade que não se vende, não se negocia, não se esquece. É o futebol como arte, como poesia, como luta. E isso, ninguém pode tirar.
se empatar sobe se perder cai... isso é o que importa
nao sei pq todo mundo ta falando de volta redonda e tal
é só um jogo, mas se for pra subir, melhor mesmo
torço demais, mas se der errado, a gente vira a pagina
é só futebol, mas é o nosso futebol
eu tô com o coração na boca. não consigo dormir. cada minuto que passa eu penso: e se for hoje? e se for agora?
se o Caxias subir, eu vou abraçar meu pai, que morreu em 2020 e nunca viu o clube na Série B. ele torcia desde os anos 80.
se não subir... eu vou torcer de novo ano que vem. porque isso aqui é mais que um time. é família.
meu coração é grená. e não muda por nada.
Se o Caxias não subir, é porque merece. Todo mundo sabe que time pequeno não tem estrutura. E se subir, vai cair de novo. É só questão de tempo. Não adianta torcer. O sistema é corrupto. Eles só querem dinheiro. O futebol não é mais esporte. É negócio. Ponto.
Se o Caxias empatar, vai subir. Simples assim. Mas se perder, não é o fim. O time tem raiz, tem torcida, tem história. E isso não se apaga.
Se não for agora, vai ser na próxima. O importante é não desistir. A torcida tá com o time, e isso já é mais que muitos clubes têm.
Se subir, melhor. Se não subir, a gente volta com mais força. Porque o Caxias não é só um clube. É um sentimento.
É fascinante como a Série C ainda é um campo de batalha onde a estética do sofrimento se torna capital simbólico. O Caxias, com sua identidade grená, representa o neo-romantismo do futebol brasileiro pós-capitalista. O São Bernardo? Uma entidade corporativa disfarçada de clube. A vitória não é matemática - é ontológica. Se o Caxias subir, será uma revolução existencial. Se não, será apenas mais um epílogo da tragédia da classe média brasileira. E eu? Eu estarei aqui, escrevendo sobre isso em um café em São Paulo, com um mocha e uma camisa que não comprei.
Empate = acesso. Ponto. Não precisa de mais nada.
Se perder, o clube não é ruim. Só não teve sorte.
Se subir, não se iluda. O problema é a diretoria, não o time.
Espero que não se esqueçam disso depois.
Se o Caxias subir, o Rio Grande do Sul tem dois clubes na Série B pela primeira vez em 12 anos. Isso é histórico. Não é só um jogo. É a volta da identidade gaúcha no futebol nacional.
Eu fui no Passo das Pedras no jogo contra o Londrina. A torcida tava louca. Não é só emoção. É memória. É geração. É raiz.
Se não for hoje, será em outro momento. Mas esse momento? Esse momento é nosso.
Se o Caxias empatar, sobe. Se perder, a gente se levanta de novo. O importante é que o time nunca desistiu. A torcida nunca desistiu. E a diretoria, mesmo com pouco dinheiro, tentou fazer o melhor possível.
Não importa o resultado. O que importa é que o clube ainda está aqui. E isso já é uma vitória.
Se subir, ótimo. Se não subir, a gente volta com mais força ano que vem. Porque o Caxias é mais que um time. É um exemplo.
Essa história toda é uma ilusão. Clubes pequenos não devem sonhar com Série B. O dinheiro está todo nos grandes. Eles só deixam o Caxias brigar pra manter a ilusão viva. Depois, quando cair, vão dizer que foi falta de estrutura. Mas a estrutura nunca foi dada. Só o sofrimento.
se empatar sobe se perder cai... eu to na frente da tela desde as 8 da manha
se der errado eu vou chorar e comer chocolate
se der certo eu vou dançar na cozinha com meu gato
porque isso aqui é a vida mesmo
eu amo o caxias
mesmo que ele me quebre o coraçao de novo