Veranico de agosto leva calor a 40 °C em Cuiabá e supera 35 °C

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Veranico de agosto leva calor a 40 °C em Cuiabá e supera 35 °C

Um veranico inesperado começou a aquecer o Brasil a partir de 19 de agosto de 2025, levando temperaturas a 40 °C em Cuiabá e ultrapassando os 35 °C em grande parte do Centro‑Oeste. A meteorologista Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, alertou que o fenômeno traz dias de calor acima da média, pouca chuva e um risco crescente de incêndios rurais.

Contexto climatológico de agosto de 2025

Agosto começou com a típica invasão de frentes frias no centro‑sul, seguida de um período mais seco e quente nos demais pontos do país. Segundo o INMET, as temperaturas médias nacionais ficaram ligeiramente acima da climatologia, mas o contraste entre o sul frio e o norte quente foi marcante.

A primeira metade do mês registrou noites frescas nos estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, enquanto o interior da região Centro‑Oeste experimentou ar seco e alguns picos de calor ainda modestos. Esse cenário mudou radicalmente quando, em 19/08, o ar cálido e seco avançou pelo interior do país.

O surgimento do veranico e suas características

O evento, formalmente denominado veranico de agosto 2025Cuiabá, não se configurou como uma onda de calor tradicional, mas como uma sequência de dias com temperaturas acima da média e umidade relativa abaixo de 20 % em áreas como o Centro‑Oeste, interior de Minas Gerais e nordeste de São Paulo.

Entre 19 e 20 de agosto, os termômetros dispararam: Cuiabá chegou a 40 °C, enquanto São Paulo e Belo Horizonte registraram tardes acima de 30 °C. Em alguns municípios do norte de Paraná, a máxima ultrapassou 35 °C, gerando alerta de saúde e de risco de incêndios.

“É o tipo de calor que seca o solo muito rápido e deixa tudo mais vulnerável ao fogo”, comentou um técnico de prevenção de incêndios do Corpo de Bombeiros de Goiânia (citado em entrevista).

Impactos regionais: calor extremo e risco de incêndios

O ar seco, combinado com temperaturas elevadas, reduziu a umidade do solo para níveis críticos. No interior de Mato Grosso, autoridades agrícolas relataram que o pasto seco já apresentava sinais de queima espontânea. Já no norte da Bahia, o risco de incêndio florestal subiu a 78 % segundo o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IBRAM).

Além das chamas, a qualidade do ar deteriorou-se nas capitais do Centro‑Oeste. Em Cuiabá, os níveis de PM2.5 ultrapassaram 70 µg/m³, o que, segundo a Secretaria de Saúde do estado, pode agravar problemas respiratórios para idosos e crianças.

Especialistas recomendam hidratação constante, evitar atividades físicas ao ar livre nas horas mais quentes e manter portas e janelas fechadas quando o índice de poluição estiver elevado.

Instabilidade no Sul: frentes frias e tempestades

Instabilidade no Sul: frentes frias e tempestades

Enquanto o norte queimava, o Sul começava a sentir a volta da friagem. Um sistema de baixa pressão se aproximava de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, trazendo chuva, ventos de até 100 km/h e risco de granizo. Em Porto Alegre, as previsões apontavam para chuvas intensas nos dias 23 e 24 de agosto, com acumulados superiores a 70 mm.

O contraste foi surpreendente: no mesmo dia, enquanto Cuiabá vivia 40 °C, cidades como Pelotas registravam temperaturas abaixo de 15 °C. Essa disparidade gerou preocupação entre agricultores do Sul, que temiam perdas de colheitas devido ao frio súbito.

“É uma montanha-russa climática. Precisamos de alertas precisos para que produtores se preparem”, destacou o coordenador da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul.

Projeções do INMET e expectativas para setembro

O modelo climático do INMET indica que o veranico deve se estender até 25 de agosto, mas que novas massas de ar frio podem chegar já na última semana do mês, antecipando o fim do inverno antes do dia 22 de setembro.

Para o Nordeste e o Sudeste, as projeções apontam temperaturas acima de 24 °C e entre 20 °C e 26 °C, respectivamente, com algumas áreas serranas ainda registrando valores abaixo de 18 °C. No Sul, a maior parte das regiões deve permanecer ligeiramente acima da média, embora áreas de alta altitude mantenham clima próximo à climatologia.

Os capitais brasileiras apresentam cenários variados: Porto Alegre deve ficar dentro da média de chuva e temperatura; Florianópolis terá chuva ligeiramente acima da média; Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória e Belo Horizonte também permanecerão próximos à média, com pequenas variações.

Em suma, agosto de 2025 foi um mês de contrastes climáticos intensos, reforçando a importância de monitoramento constante e de políticas de prevenção contra incêndios e eventos climáticos extremos.

O que fazer diante do veranico?

  • Hidratar-se regularmente, especialmente crianças e idosos.
  • Evitar atividades ao ar livre nas horas de pico (13h‑16h).
  • Ficar atento aos boletins de qualidade do ar divulgados pelos órgãos de saúde.
  • Manter vigilância em áreas rurais propensas a incêndios.
  • Seguir as recomendações de Agricultores e Corpo de Bombeiros locais.
Frequently Asked Questions

Frequently Asked Questions

Como o veranico afeta a agricultura no Centro‑Oeste?

O calor intenso e a umidade abaixo de 20 % secam o solo rapidamente, prejudicando o crescimento das culturas e aumentando o risco de queimadas em áreas de plantio e pastagens. Produtores têm adotado irrigação emergencial e monitoramento de incêndios.

Quais são as recomendações de saúde para a população durante o veranico?

Beba água frequentemente, evite exposição ao sol entre 13h e 16h, use roupas leves e chapéus, e se houver piora na qualidade do ar, permaneça em ambientes fechados com ar‑condicionado ou ventilação adequada.

Por que o Sul experimenta frio ao mesmo tempo que o Norte aquece?

A circulação de massas de ar polar no centro‑sul traz friagem, enquanto ao mesmo tempo uma corrente quente e seca avança pelo interior do país, originando o veranico. Essa diferença cria contrastes bruscos de temperatura entre regiões.

Quando se espera a chegada de novas frentes frias em setembro?

Os modelos do INMET apontam para a primeira metade de setembro, especialmente entre os dias 5 e 10, como período provável para o retorno de massas de ar frio ao Sul e Centro‑Sul, antecipando o fim do inverno.

O veranico pode se repetir nos próximos anos?

Com as mudanças climáticas, a frequência de veranicos e ondas de calor tende a aumentar, sobretudo nas regiões Centro‑Oeste e Nordeste. Estudos apontam para um cenário de maior variabilidade térmica nos próximos anos.

Clima e Meteorologia

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1 Comentários

  • Jessica Bonetti
    Jessica Bonetti diz:
    outubro 1, 2025 at 23:11

    Não é coincidência que esse “veranico” apareça exatamente quando as corporações agrícolas começam a lucrar com a venda de sementes transgênicas; o clima está sendo manipulado para criar demanda de produtos químicos, e nós somos os únicos que vemos o plano por trás das altas temperaturas.

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