
Histórico de confrontos entre Sneijder e Busquets
Wesley Sneijder e Sergio Busquets cruzaram caminhos inúmeras vezes ao longo de duas décadas. Os duelos começaram quando o meia holandês vestiu a camisa do Real Madrid e, mais tarde, da Inter Milan, enquanto Busquets firmava sua posição no Barcelona. Cada partida entre as duas equipes se transformava em um pequeno campo de batalha psicológico, com trocas de farpas dentro e fora de gramado.
O holandês descreve suas interações como “lutas constantes”. Em entrevistas anteriores ele já havia mencionado que, antes de iniciar as partidas, já se preparava mentalmente para enfrentar o estilo de jogo discreto, porém incisivo, do espanhol. "Eu sabia que ele iria tentar me atrapalhar, mas também sabia que ele era capaz de fazer jogadas decisivas", afirmou Sneijder em sua recente participação televisiva.
Um dos momentos que ele trouxe à tona aconteceu na fase de grupos da Liga dos Campeões de 2010, quando a Inter venceu o Barcelona por 3 a 1 no San Siro. Segundo Sneijder, poucos minutos depois de um pênalti contestado, Busquets teria caído no chão, rolando enquanto observava se Thiago Motta seria expulso. "Ele se levantou como se nada tivesse passado – para mim foi um ato de drama, um verdadeiro crybaby", disse o ex-jogador da Holanda.
Além desse episódio, Sneijder recorda que, em quase todos os confrontos, havia alguma forma de provocação verbal ou gestual. Ele chegou a dizer que chegou a dizer a Busquets: "Nos vemos em Ibiza no verão e conversamos" – uma alusão a momentos de tensão que, segundo ele, se estendiam para além dos 90 minutos.
Repercussões e debate sobre comportamento em campo
As declarações de Sneijder reacenderam um antigo debate sobre a linha tênue entre jogos‑psicológicos e comportamento anti‑esportivo. Enquanto alguns analistas consideram que a provocação faz parte da estratégia de um meia defensivo, como Busquets, outros apontam que exageros podem prejudicar a imagem do esporte.
É inegável que Busquets tem sido fundamental nos sucessos do Barcelona, ao lado de Xavi e Iniesta, e também na seleção espanhola, conquistando a Copa do Mundo de 2010 e a Eurocopa de 2012. Vicente del Bosque já destacou sua importância ao afirmar: "Você não vê o jogo, vê Busquets, vê o jogo inteiro". Esta visão contrapõe a crítica de Sneijder, que aceita a qualidade técnica, mas questiona a postura do espanhol em situações de pressão.
Mesmo após a transferência para o Inter Miami, onde joga ao lado de Lionel Messi e Luis Suarez, Busquets continua a ser alvo de críticas semelhantes. Em julho, durante um confronto contra o FC Cincinnati, recebeu dois cartões amarelos em poucos minutos e foi expulso – mais um episódio que alimenta a narrativa de "teatralidade".
Os torcedores, por sua vez, se dividem. Enquanto a base do Barcelona reverencia o meio‑campo silencioso de Busquets, parte da opinião pública internacional ainda o rotula como "um jogador que finge lesões". Sneijder, por outro lado, encontrou eco em ex-companheiros que também relataram episódios de confronto verbal durante treinos e partidas.
Independentemente da veracidade de cada acusação, o caso ilustra como rivalidades pessoais podem influenciar a percepção dos atletas. O discurso de Sneijder traz à tona a importância de analisar não apenas as habilidades técnicas, mas também o caráter esportivo que cada jogador projeta dentro e fora dos gramados. Sneijder oferece, assim, um ponto de partida para refletir sobre os limites éticos do futebol de elite.
Escreva um comentário