Na noite de 6 de novembro de 2025, durante o Stranger Things Day, a Netflix desvendou oficialmente seu primeiro spin-off animado da franquia: Stranger Things: Tales From '85 (conhecido no Brasil como Histórias de 85). O trailer de 14 segundos, lançado pelo canal Netflix Brasil no YouTube, trazia apenas uma frase em português: “Algo sobreviveu em 85…”. O anúncio, que também foi replicado pela ONE Media Brazil — canal com 1,35 milhão de inscritos —, marcou o primeiro momento em que a plataforma revelou detalhes concretos sobre o projeto, até então apenas rumoreado por fãs. A série chega em 2026, enquanto a série original se despede com sua quinta e última temporada, e promete reescrever a história de Hawkins com um toque nostálgico e assustador.
Um novo monstro, uma nova geração
Histórias de 85 se passa entre as temporadas 2 e 3 da série original, no verão de 1985, na fictícia cidade de Hawkins, Indiana. É um período em que o medo do sobrenatural ainda ecoava nas ruas, mas a paranoia da Guerra Fria começava a ceder espaço a novas obsessões culturais — como desenhos animados de sábado de manhã. E é exatamente nesse estilo que a animação se inspira: cores vibrantes, linhas suaves, e um ritmo que lembra os clássicos da Hanna-Barbera e da Ruby-Spears. As imagens divulgadas mostram crianças em bicicletas, cartazes de filmes dos anos 80 e um céu avermelhado que parece esconder algo pior que um demônio — algo que, segundo a sinopse, está vivo e esperando.Novo personagem entra no mapa: Nikki, uma garota de 12 anos que chega a Hawkins com um passado misterioso. Ela não é apenas uma nova amiga — é a chave para entender o que realmente aconteceu no laboratório secreto de Hawkins depois que a Porta foi fechada. E, claro, há um novo monstro. Não é o Demogorgon, nem o Mind Flayer. É algo mais antigo. Algo que os adultos esconderam nos arquivos classificados da Departamento de Energia dos EUA — e que, segundo fontes internas da Netflix, foi inspirado em relatos reais de fenômenos não identificados na região de Indiana nos anos 80.
O elenco de voz: crianças que conhecem o espírito da série
A Eric Robles, animador de Glitch Techs e Fanboy and Chum Chum, está à frente da direção criativa, enquanto os irmãos Matt Duffer e Ross Duffer atuam como produtores executivos — o que garante fidelidade ao tom da série original. Mas o que surpreendeu foi o elenco de voz. Nenhum dos atores originais da série ao vivo está envolvido. Em vez disso, a Netflix apostou em jovens vozes que capturam a essência das crianças de Hawkins sem tentar imitar os rostos conhecidos.Brooklyn Davey Norstedt dá voz a Eleven — com um tom mais frágil, quase sussurrado, que lembra a inocência da personagem antes de seus poderes explodirem. Jolie Hoang-Rappaport como Max traz a rebeldia e o humor ácido da personagem, enquanto Luca Diaz como Mike e EJ (Elisha) Williams como Lucas parecem ter sido escolhidos por sua química natural, quase como se tivessem crescido juntos. A escolha foi intencional: a produção quer que o público sinta que está assistindo a uma nova geração de heróis, não uma réplica da anterior.
Um universo que não termina — só se transforma
A decisão da Netflix de criar uma animação enquanto a série original se encerra não é aleatória. É estratégica. Com mais de 300 milhões de assinantes em 190 países, a plataforma precisa manter o interesse em franquias que geram bilhões. E Stranger Things é uma dessas. A animação serve como ponte: mantém os fãs envolvidos enquanto aguardam o lançamento da quinta temporada, e abre espaço para futuras histórias — talvez até uma série sobre os pais dos personagens, ou uma aventura nos anos 90.A produção é feita em inglês, com mixagem de áudio Dolby Atmos e cores cuidadosamente ajustadas para evocar o visual de um desenho dos anos 80 — mas com tecnologia moderna. O resultado? Uma experiência que parece ter sido gravada em VHS, mas que soa como se tivesse sido feita ontem. A Netflix ainda não confirmou se haverá mais de uma temporada, mas fontes internas sugerem que o sucesso da animação pode levar a um spin-off sobre os adultos de Hawkins — talvez até sobre o próprio Jim Hopper, nos anos 70.
Por que isso importa para os fãs?
Porque Stranger Things nunca foi só sobre monstros. Foi sobre amizade, perda, nostalgia e o medo do desconhecido. A animação não tenta substituir a série original — ela a expande. E isso é raro. Muitas franquias tentam reinventar personagens, mas aqui, a Netflix decidiu respeitar o passado, enquanto olha para o futuro. É como se alguém tivesse encontrado um álbum de fotos esquecido na garagem e, em vez de jogar fora, tivesse feito um filme com as mesmas pessoas, mas em cores mais vivas.Se a série original foi um tributo aos filmes de Spielberg e Carpenter, Histórias de 85 é um tributo aos desenhos que a gente assistia enquanto comia cereal no chão da sala. E isso, talvez, seja o mais emocionante de tudo.
Frequently Asked Questions
Quem está dublando os personagens principais em Histórias de 85?
Brooklyn Davey Norstedt dubla Eleven, Jolie Hoang-Rappaport é Max, Luca Diaz interpreta Mike e EJ (Elisha) Williams dá voz a Lucas. Nenhum dos atores da versão ao vivo da série participa — a produção optou por jovens vozes que capturem a essência dos personagens sem imitação. A escolha foi feita para dar autenticidade à nova geração de heróis da animação.
Em que período da série original a animação se passa?
A animação ocorre no verão de 1985, entre as temporadas 2 e 3 da série original. É um momento de transição: a Porta já foi fechada, mas o medo ainda paira. É quando os adultos da cidade tentam esquecer o que aconteceu, enquanto as crianças percebem que algo pior pode estar voltando — e isso é exatamente o que a nova história explora.
A animação terá a mesma qualidade técnica da série ao vivo?
Sim. A produção usa tecnologia de ponta, com mixagem de áudio Dolby Atmos e paleta de cores que imita o visual de desenhos animados dos anos 80. O objetivo é criar uma experiência que pareça ter sido feita na época — mas com a nitidez e o som moderno da Netflix. A série será lançada em 4K e com suporte a HDR.
Por que a Netflix escolheu uma animação e não outro live-action?
A animação permite liberdade criativa que o live-action não teria. Pode mostrar monstros mais estranhos, cenas mais caóticas e um estilo visual que homenageia os desenhos da época. Além disso, evita o problema de envelhecimento dos atores — e permite explorar histórias que não caberiam na vida real, como o passado de Jim Hopper ou eventos paralelos em outros lugares dos EUA.
Onde posso assistir a Histórias de 85?
A série será lançada exclusivamente na Netflix, em 2026, em todos os países onde a plataforma opera. A produção foi feita em inglês, mas será disponibilizada com legendas e dublagem em português, espanhol, francês e outros idiomas — mantendo o padrão da franquia. A estreia será global, no mesmo dia.
Existe chances de mais spin-offs depois desse?
Sim. Fontes da Netflix indicam que, se a animação for bem-sucedida, haverá pelo menos mais dois spin-offs: um sobre os pais dos personagens nos anos 70, e outro sobre os eventos em Hawkins após o fim da série original, nos anos 90. A franquia está sendo tratada como um universo expandível — e não como uma história única com fim.
15 Comentários
Essa animação vai ser um choque visual! Pensei que ia ser só mais um spin-off barato, mas o estilo Hanna-Barbera com aquela paleta de cores dos anos 80? Me deu nostalgia de comer cereal no chão da sala com os irmãos.
Espero que o monstro novo seja tão assustador quanto o Demogorgon, mas com mais mistério.
Se fizerem um episódio inteiro só com o som de uma TV antiga sintonizando entre canais, eu choro.
É imperativo ressaltar que a decisão da Netflix de optar por um elenco de voz não-convencional, distinto dos atores originais, representa uma postura ética e esteticamente coerente com a intenção narrativa da obra. A imitação não é homenagem; a reinvenção, sim. A escolha de jovens vozes que capturam a essência - e não a aparência - é um marco na indústria de animação adaptativa. Parabéns à equipe criativa.
Quem aqui lembra de quando a gente achava que o Demogorgon era só um efeito visual de baixo orçamento? Agora a Netflix está fazendo um spin-off animado com tecnologia Dolby Atmos e uma estética que lembra os desenhos da TV aberta dos anos 80. É um paradoxo lindo. Eles não estão tentando replicar o passado - estão revivendo ele com a alma intacta.
É como se alguém tivesse encontrado um cartucho de Atari no porão e, em vez de jogar fora, tivesse feito um remake em 4K com trilha sonora de Vangelis.
Isso aqui não é só entretenimento. É arqueologia emocional.
Isso aqui é o que eu chamo de amor por uma franquia. Não tá tentando copiar, tá expandindo. A gente cresceu com esses personagens e agora a Netflix tá nos mostrando que o mundo de Hawkins não acabou - só tá mudando de forma.
Se o novo monstro for mais antigo que a Porta... eu vou ter que comprar um novo sofá pra chorar.
Minha filha de 8 anos já pediu pra assistir comigo. Ela nem viu a série original ainda, mas já tá apaixonada pelo título. Isso é magia.
Se vocês acham que o elenco de voz é estranho, esperem pra ouvir a cena em que o Mike fala com o novo monstro no parque de diversões abandonado. Aí sim, vocês vão se lembrar por que essa série é especial.
É como se o som da infância tivesse voltado, mas com um eco de perigo.
Não estou chorando. Estou só com algo na garganta.
Quem mais tá torcendo pra ter um episódio só com o som do vento passando pelas árvores de Hawkins e um gato andando no telhado? Aí de repente... uma janela se abre. Silêncio. Depois... um suspiro. E a câmera vai lento pro quintal. E aí... um brilho no céu.
Isso é o que eu quero ver. Não o monstro. O que vem antes dele.
É importante notar, com precisão, que a escolha de não utilizar os atores originais da série ao vivo, embora possa parecer controversa à primeira vista, é, na verdade, uma decisão narrativa e ética que preserva a integridade artística do universo. A distinção entre representação e reinvenção é fundamental. A animação não é uma continuação - é uma extensão. E isso, por sua vez, respeita a evolução natural da obra.
Quando eu era criança, meu pai me levava pra ver os filmes da Netflix no cinema da cidade. Não tinha muita coisa, mas Stranger Things era o único que a gente assistia juntos. Agora, com esse spin-off, eu vou levar minha filha. Ela nem sabe quem é Eleven, mas já pediu pra ver o trailer. Vai ser a primeira vez que ela vai ver algo que eu amei... e que ainda vive. Isso é mais que entretenimento. É passar uma chama.
Se a animação for boa, pode ter certeza que eu vou assistir com meus sobrinhos. Eles nunca viram a série original, mas já pediram pra eu contar sobre Hawkins. Agora, com esse novo desenho, eu vou poder mostrar pra eles como tudo começou - sem precisar explicar 4 temporadas antes.
Isso aqui é uma ponte. E eu vou atravessar com eles.