Hamas liberta últimos 20 reféns israelenses; Trump anuncia "aurora" de paz

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Hamas liberta últimos 20 reféns israelenses; Trump anuncia "aurora" de paz

Na manhã de 13 de outubro de 2025, o grupo militante Hamas entregou os últimos 20 israelenses ainda presos desde o ataque de 7 de outubro de 2023, sob um acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e por Egito, Qatar e Turquia. O repasse, feito sob a vigilância da Comissão Internacional da Cruz Vermelha, provocou cena de comemoração na Praça dos Reféns, em Tel Aviv, onde milhares aplaudiram, choraram e se abraçaram.

Contexto do conflito e da negociação

O ataque de 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos e 251 sequestrados, desencadeou duas guerras sucessivas. Até o acordo de setembro de 2025, ainda permaneciam 48 reféns nas mãos do Hamas; os demais foram libertados em trocas anteriores ou mortos em operações militares. O plano de paz apresentado pelo presidente Donald Trump no fim de setembro prometia "o amanhecer histórico de um Novo Oriente Médio" e previa a retirada gradual das forças israelenses, reduzindo a ocupação de Gaza de 75 % para 53 %.

Os mediadores

As negociações foram conduzidas por Abbas Kamel, chefe da inteligência egípcia, e pelo primeiro-ministro Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, de Qatar, que se reuniram em Doha nas duas últimas semanas de setembro. Pessoas de Israel, incluindo o assessor de segurança nacional Tzachi Hanegbi, coordenaram a operação com o enviado americano Steve Witkoff.

Detalhes da libertação

Os 20 reféns, entre 21 e 48 anos, foram transferidos para pontos de controle na fronteira de Gaza e recebidos pelos militares da Força de Defesa de Israel (IDF). Entre eles, destacam‑se Matan Angrest, de 22 anos, capturado quando seu tanque foi abatido perto da base de Nahal Oz; os gêmeos Gali e Ziv Berman, 28 anos, que viviam entre o kibutz Kfar Aza e a Alemanha; e Elkana Bohbot, produtor do festival Nova Music, que ficou conhecido por um vídeo em que foi algemado e ferido no rosto.

Após a passagem pela Cruz Vermelha, todos foram avaliados no Hospital Sheba, em Tel Aviv. O diagnóstico revelou desde desnutrição moderada até traumas psicológicos severos. Enquanto isso, Israel libertou 37 prisioneiros palestinos, entre eles Ahmed Abu Artema, líder das manifestações "Grande Marcha do Retorno".

Reação popular

Na Praça dos Reféns, as lágrimas correram livremente. Crianças seguravam bandeirinhas, enquanto veteranos de guerra cantavam o hino nacional. A cena lembrava o fim de outra crise – mas o nervosismo ainda pairava no ar, porque o acordo deixava questões essenciais sem resposta.

Obstáculos à paz duradoura

O Hamas ainda se recusa a entregar seu arsenal e rejeita qualquer supervisão estrangeira sobre a administração de Gaza, ponto crítico do plano de Trump. A agência de notícias Agência Brasil ressaltou que "ainda existem grandes obstáculos para uma resolução duradoura do conflito".

Além disso, a estratégia de retirada israelense – agora limitada ao chamado Corredor de Filadélfia – deixa áreas densamente povoadas sob controle ainda desconhecido. A ausência de um mecanismo claro para a governança de Gaza cria um vácuo que grupos radicais podem explorar.

Compromissos econômicos e humanitários

Os Estados Unidos destinaram US$ 500 milhões para a reconstrução de Gaza, dos quais US$ 200 milhões vão para água e saneamento. A ONU‑RWA e o Programa Mundial de Alimentos planejam retomar operações em 20 de outubro, visando atender 80 % da população que ainda sofre com insegurança alimentar.

Próximos passos

Próximos passos

Uma cerimônia formal de assinatura está marcada para o mesmo dia, 13 de outubro, no Cairo, com presença de Trump e cerca de 20 lideranças internacionais. O encontro deverá definir a criação de um comitê conjunto de monitoramento – Egito, Qatar e ONU – responsável por fiscalizar o cumprimento dos prazos de retirada e troca de prisioneiros.

Enquanto isso, o secretário de Estado americano confirmou que o enviado especial Amos Hochstein liderará o grupo de trabalho que vai esboçar um quadro de governança para Gaza. A expectativa é que, nos próximos meses, se abra caminho para convênios de segurança que incluam forças de paz multilaterais.

  • Data da libertação: 13/10/2025
  • Reféns libertados: 20 pessoas, todos vivos
  • Países mediadores: EUA, Egito, Qatar, Turquia
  • Financiamento da reconstrução: US$ 500 mi
  • Próxima fase: assinatura de tratado em Cairo

Perguntas Frequentes

Quantos reféns ainda permanecem em cativeiro?

Até a data de 13 de outubro de 2025, todos os 20 reféns que ainda estavam sob controle do Hamas foram libertados. Os demais já tinham sido libertados ou infelizmente perderam a vida ao longo das duas guerras.

Qual é o papel dos Estados Unidos no acordo?

Os EUA foram mediadores principais, apresentando o plano de paz de Donald Trump, fornecendo recursos financeiros para a reconstrução e enviando representantes como Steve Witkoff e Amos Hochstein para coordenar a implementação prática do cessar‑fogo.

O que acontece com os prisioneiros palestinos libertados?

Os 37 presos, incluídos figuras como Ahmed Abu Artema, foram enviados a campos de detenção israelenses, onde serão julgados segundo a legislação local. O processo ainda está em avaliação por organizações de direitos humanos.

Quais são os principais desafios para a paz duradoura?

Entre os obstáculos mais críticos estão a recusa do Hamas em desmontar seu arsenal, a falta de consenso sobre a administração pós‑guerra de Gaza e a necessidade de garantias de segurança para Israel sem manter ocupação militar extensa.

Como a comunidade internacional pode ajudar na reconstrução?

Além dos US$ 500 milhões prometidos pelos EUA, a ONU, o WFP e ONGs irão focar em água potável, saneamento e abastecimento alimentar. O apoio logístico e a supervisão de um comitê conjunto garantirão que a ajuda chegue às áreas mais afetadas.

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1 Comentários

  • Raphael Mauricio
    Raphael Mauricio diz:
    outubro 13, 2025 at 23:01

    Finalmente mais um passo rumo à esperança.

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